De julho a dezembro de 2021, o equivalente a seis meses da Safra 2021/2022, os produtores rurais contrataram R$ 159,7 bilhões em crédito rural, uma elevação de 30% em comparação ao mesmo período da safra anterior.
Para apoio à comercialização, as contratações somaram R$17,3
bilhões (+ 65%); custeio R$ 86,8 bilhões (+29%); investimento R$ 46,7 bilhões
(+24%) e a industrialização, R$ 8,8 bilhões (+23%). Entretanto, o número total
de contratos apresentou queda de 7% em relação ao período anterior, sendo que
nos investimentos essa redução foi de 15%, conforme levantamento da Secretaria de Política Agrícola, do
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
A Região Norte, apesar de ter menor representatividade no
crédito rural, continua apresentando melhor desempenho nas contratações de crédito
rural, com aumento de 30% em número de contratos e 46% no valor contratado. As
demais regiões apresentaram decréscimo no número de contratos de investimento.
A participação dos recursos controlados no valor total das
liberações foi de 68%, a mesma observada em igual período da safra anterior.
Essa participação foi de 50% para os Recursos Obrigatórios e os da Poupança
Rural Controlada.
Os recursos da Poupança Controlada concentraram-se nas
finalidades custeio (70%) e investimento (30%), e os da fonte Recursos
Obrigatórios foram majoritariamente destinados para custeio (74%) e
industrialização (20%).
Em decorrência dos remanejamentos de recursos equalizáveis
em dezembro último, houve aumento de R$ 1,72 bilhão na disponibilidade para
custeio, sendo R$ 710 milhões para Pronaf, R$ 270 milhões para Pronamp e R$ 741
milhões para Demais Produtores. Em relação aos investimentos, o maior aumento
na dotação de recursos ocorreu para os programas ABC (+ R$ 195 milhões) e PCA
(+R$ 93 milhões).
Os programas de investimento com maiores recursos
contratados foram: Procap-Agro (95%), Moderfrota, 65% e o Pronaf (62%),
sendo 83% para os programas que utilizam recursos não equalizáveis. O aumento
expressivo das contratações do Procap-Agro (+ 4.237%) justifica-se pelo fato
dos recursos disponibilizados na safra 2021/22 serem aproximadamente quatro
vezes superior ao da safra passada, situando-se em R$ 1,5 bilhão.
Já a diminuição das contratações do PCA (-40%) e Prodecoop
(-74%) ocorreu em função da alteração, em outubro de 2021, do prazo para
registro das operações de 180 dias para dois dias úteis, que por serem de
elevado valor e complexas, demandam mais tempo para sua realização. De acordo
com os agentes financeiros, essa redução não corresponde ao tamanho das
operações de financiamento realizadas por já terem comprometido parte
significativa do montante programado com operações em fase de aprovação.
Por fim, os saldos totais dos recursos equalizáveis, remanescentes no final de dezembro de 2021, foram de 36% para os investimentos e de 37% para o custeio, comercialização e industrialização.
Fonte: Mapa