Os cafés capixabas conquistaram
as três primeiras colocações do 11º Prêmio Pio Corteletti, promovido pela
Cooperativa Agropecuária Serrana (Coopeavi) entre produtores do Espírito Santo
e Minas Gerais. O anúncio dos vencedores ocorreu nesta sexta-feira (10), em
cerimônia no Centro de Eventos Padre Cleto Caliman, o “Polentão”, em Venda Nova
do Imigrante.
Os destaques ficaram para os
municípios de Castelo, Santa Teresa e Afonso Cláudio, respectivamente, nas três
categorias do concurso de cafés especiais da cooperativa: Arábica Cereja
Descascado, Conilon e Arábica Natural, esta última uma novidade da edição. Um
total de R$ 30 mil em dinheiro foi dividido entre os três primeiros colocados
de cada categoria, sendo R$ 5.000,00 para o campeão, R$ 3.000 para o vice e R$
2.000 para o 3º lugar.
O cafeicultor Marcos Antonio
Tomazini (Castelo) venceu na primeira categoria, conquistando o tricampeonato
no concurso. “Qualidade já vem do pé e, depois, tem que ter um cuidado bom no
terreiro, caprichar mesmo. Neste ano madurou meio desigual, mas valeu a pena. E
agora vou gastar o dinheiro com a família”, declarou o tricampeão.
Além do produtor, Ormindo
Francisco Nandorf (Santa Teresa) obteve o melhor resultado com conilon e Nilmar
Treigel Okomiske Majeski (Afonso Claúdio) foi o campeão com Arábica Natural.
Minas ficou com a 2ª colocação nesta última categoria com Felipe Alves da
Silva, de São João do Manhuaçu, município que passou a ser atendido pela
cooperativa em 2021.
Nandorf não escondeu a felicidade
com o resultado. “Eu esperava o terceiro lugar, então foi uma surpresa. Mas a
fezinha existia, a gente trabalha para isso. A conquista é resultado de muito
trabalho e dedicação”, disse o campeão da Categoria Conilon.
Com patrocínio do Sicoob e do
Sistema OCB/Sescoop, o Prêmio Pio Corteletti tem por objetivo identificar,
incentivar e premiar os melhores cafés das espécies arábica e conilon
produzidos no Espírito Santo e Minas Gerais como forma mais eficaz de conquista
de novos mercados e atender à crescente demanda por produto com qualidade
superior.
Foram declarados vencedores os
cafés que obtiveram as maiores notas na Avaliação Sensorial. A título de
reconhecimento por qualidade, os organizadores do concurso se propõem a comprar
todos os lotes inscritos no concurso, pagando um ágio proporcional aos que
atenderem os requisitos mínimos previstos no regulamento.
CONFIRA OS GANHADORES
Categoria Arábica Natural
- 1º lugar- Nilmar Treigel Okomiske Majeski- Afonso Claúdio (ES)- 84,53 pontos
- 2º lugar- Felipe Alves da Silva- São João do Manhuaçu (MG) 83,58 pontos
- 3º lugar- Fabiano da Silva Mageski- Afonso Claúdio (ES)- 83,2 pontos
Categoria Arábica Cereja Descascado (Arábica Lavado)
- 1º lugar- Marcos Antonio Tomazini- Castelo (ES)- 88,21 pontos
- 2º lugar- Edigar Brandt- Afonso Claúdio (ES)- 87,3 pontos
- 3º lugar- Jeremias Lietig Braga- Afonso Claúdio (ES)- 87,1 pontos
Categoria Conilon
- 1º lugar- Ormindo Francisco Nandorf- Santa Teresa (ES)- 86,41 pontos
- 2º lugar- Giovanio Cesar Sering- Itarana (ES)- 85,32 pontos
- 3º lugar- Artur Ludke- Afonso Claúdio (ES)- 84,47 pontos
REPASSE DE MAIS DE R$ 270 MIL
EM ÁGIO PARA OS CAFEICULTORES
Durante a cerimônia de premiação
do 11º Pio Corteletti, nesta sexta-feira (10), a Coopeavi surpreendeu os
cooperados ao realizar um repasse inédito aos cafeicultores. A cooperativa
destinou ágio de mais de R$ 270 mil aos produtores que comercializaram sacas
acima de 84 pontos durante 2021.
Mais de 50 cafeicultores foram
beneficiados com esse reconhecimento da Coopeavi aos associados que confiam na
cooperativa para fazer seu café chegar aos compradores internacionais cada vez
mais interessados na evolução da qualidade dos grãos e de vida dos produtores
de especiais. Alguns cooperados ganharam até R$ 29 mil, dependendo do volume de
café comercializado e da diferença entre o preço inicialmente pago pela
cooperativa e o auferido por ela na exportação.
Segundo o gerente executivo de
Café da Coopeavi, Giliarde Cardoso, dentro do Projeto “Sustentabilidade de
Verdade” (Real Sustainabiliy), que visa a rastreabilidade de cafés finos para o
mercado estrangeiro, a exemplo dos Estados Unidos, Inglaterra e Australia, a
ideia é trabalhar com a precificação aberta para garantir o máximo de
transparência nas negociações.
“Nós trabalhamos na exportação de
cafés finos com o máximo de transparência possível numa negociação. Atuamos com
uma planilha de precificação aberta, na qual o cliente comprador sabe
exatamente o valor que chegará para o produtor e o quanto esse valor representa
em relação à sustentabilidade daquela família”, explica Giliarde.
Ainda de acordo com o gerente,
com o repasse desses recursos, é possível ao cafeicultor investir na
propriedade e, consequentemente, na melhoria dos cafés. “Compramos alguns cafés
este ano sem saber se embarcariam a preço de mercado e conseguimos negociar com
ágio. Devido a essa prática transparente, estamos fazendo o repasse desse ágio,
um valor justo, ao produtor”.
O projeto é resultado do bom
diálogo da Coopeavi com os principais compradores de cafés especiais e da
sensibilização desses com quem produz dentro do arranjo: agricultura familiar e
sustentabilidade.
Já há alguns anos, a Coopeavi vem
fortalecendo o “direct trade” com seus clientes, que emitem notas aos cafés dos
cooperados e pagam mais pela qualidade. “A intenção é crescer juntamente com os
produtores. Mostrar como contribuem para que eles possam investir e se
desenvolver ao longo dos anos na produção de cafés especiais”, conclui o
gerente executivo de Café.
O presidente da cooperativa,
Denilson Potratz, parabenizou os cafeicultores contemplados e reforçou o
compromisso da Coopeavi com quem busca excelência na cafeicultura. “O repasse
feito aqui mostra a seriedade e a preocupação da cooperativa com o setor e o reconhecimento
do potencial dos cafeicultores, que entregam um produto que vai gerar
sustentabilidade para suas famílias. Não desistam. A qualidade é um caminho sem
volta. Para quem busca trabalhar com excelência, uma hora o resultado vem”,
disse.
SOBRE A COOPEAVI
A Coopeavi é uma cooperativa do
segmento Agronegócio, com atuação no Espírito Santo, Minas Gerais e Bahia.
Fundada em 1964, atualmente conta com mais de 17 mil cooperados, em sua maioria
pequenos e médios produtores. Em 2015, incorporou a Pronova, cooperativa com
cafeicultores especialistas em qualidade de café, e inaugurou o primeiro
Condomínio Avícola para produção de Ovos do Brasil. Já em fevereiro de 2019,
incorporou a Veneza, passando a atuar também no ramo de laticínios.