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Espírito Santo

Aftosa: com fim da vacinação obrigatória, pecuaristas devem redobrar cuidados

O alerta é do presidente da Fepsa-ES, Neuzedino Assis


21/09/2022 13:50
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Toninho Tavares/Agência Brasília 

Em maio deste ano, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) anunciou a suspenção da vacina contra febre aftosa no Distrito Federal e em seis Estados a partir de janeiro de 2023, entre eles o Espírito Santo. A última etapa da vacinação acontece em novembro de 2022, mas isso não significa que o momento seja de descuido por parte dos pecuaristas.

O alerta é do presidente do Fundo Emergencial de Promoção da Saúde Animal do Estado do Espírito Santo (Fepsa-ES), Neuzedino Assis. Para ele, o momento atual é de transição e todos, tanto poder público, quanto os produtores, devem redobrar os esforços para que o Estado se torne livre da doença sem a vacinação.

“Vamos entrar em um período crucial de transição e ninguém faz nada sozinho. É muito importante que todos os atores dessa cadeia produtiva se mantenham atentos. Os pecuaristas merecem reconhecimento pela conquista da suspensão da vacinação, mas devem continuar fazendo sua parte. O produtor precisa estar engajado nesse propósito, mantendo os cadastros de nascimento e morte de animais atualizados, emitam a GTA – guia de trânsito animal e comuniquem qualquer suspeita de doença. Ele deve fazer tudo como antes, só não vai mais vacinar os animais”, pontua o presidente.

Neuzedino explica que a Equipe Gestora Estadual, formada por entidades como Fepsa-ES, Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Federação da Agricultura e Pecuária do Espírito Santo (Faes), Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf), Mapa, Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), Conselho Regional de Medicina Veterinária, Assembleia Legislativa, Sindicato da Indústria de Frio do Estado do Espírito Santo (Sindifrio) e Secretaria de Estado de Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag), continuará mantendo os esforços e a união para cumprir todos os requisitos previstos pelo Mapa, pelo Programa Nacional de Vigilância para Febre Aftosa (Pnefa).

Entre as condicionantes está a manutenção e o aprimoramento do Fepsa. O presidente lembra que o motivo para algumas unidades da federação não constarem da lista de Estados com a vacinação a ser suspensa pelo Mapa, é a falta do Fundo Emergencial de Promoção da Saúde Animal.

“Os trabalhos continuam. Somos livres da febre aftosa com vacinação graças à organização da defesa animal do Estado e ao Fundo, e agora nós queremos ficar livres sem vacina. Mas para ser reconhecido assim pela Organização Mundial da Saúde Animal temos que persistir, manter coeso o grupo gestor e fortalecer o fundo. Os produtores precisam manter a contribuição ao Fundo para dar sustentabilidade ao mesmo, agora no presente, e também no futuro”, salienta.

Neuzedino Assis lembra ainda que o Fundo não tem foco apenas na febre aftosa, mas também nos cuidados com as aves, devido à influenza aviária e nos suínos por causa da peste suína clássica.

Fepsa-ES

O Fepsa-ES é uma associação civil, sem fins lucrativos, criado com o objetivo de auxiliar na sustentabilidade das cadeias produtivas de bovinos, bubalinos, suínos e aves, no caso de ocorrência de enfermidades, ou doenças tais como: febre aftosa, peste suína clássica, newcastle e influenza aviária.

O fundo promove ações preventivas de orientação e educação sanitária aos produtores rurais, com o objetivo de fortalecer o sistema de vigilância sanitária capixaba.

O Fepsa-ES é formado pelas seguintes entidades:

Federação da Agricultura e Pecuária do ES (Faes)

  • Sindicato da Indústria do Frio do ES (Sindifrio)
  • Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do ES (Idaf)
  • Superintendência Federal de Agricultura Pecuária e Abastecimento (SFA)
  • Associação dos Avicultores do ES (Aves)
  • Associação dos Suinocultores do ES (Ases)
  • Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB/ES)

Em maio de 2001, o Espírito Santo conquistou o “status de zona livre de febre aftosa com vacinação”, reconhecido pela Organização Mundial da Saúde Animal (OMSA), tendo o Fepsa-ES um papel fundamental neste reconhecimento.


FEBRE AFTOSA

A Febre Aftosa é uma enfermidade viral, muito contagiosa, de curso agudo, que afeta todos os animais biangulados (duas unhas) e se caracteriza por febre e formação de vesículas na boca, focinho, espaço inter digital e teta. É transmitida de um animal para outro principalmente pelas vias respiratórias e também, por alimentos e água contaminada. O trânsito de animais contaminados é a forma mais comum de se espalhar a doença. Febre alta, dificuldade de comer, aftas na boca, nas tetas e entre os cascos são alguns dos estragos que a doença provoca nos animais.


LINHA DO TEMPO - EVOLUÇÃO DA PREVENÇÃO DA FEBRE AFTOSA  


1971 – Início do Programa de Controle e Erradicação da Febre Aftosa no ES

1998 – Criação do Fepsa-ES

O Fepsa-ES foi criado para realizar ações preventivas de orientação e educação sanitária aos produtores rurais, com o objetivo de evitar a reintrodução no estado de doenças como a Febre Aftosa, vírus altamente contagioso, com impacto econômico significativo, e que acomete principalmente os bovinos, bubalinos e suínos.

1996 – Último foco de febre aftosa no ES

2001 – ES recebe o status de “zona livre de aftosa com vacinação”

Com o auxílio do Fundo, o Espírito Santo recebeu no ano de 2001 o status de zona livre de aftosa com vacinação, com o último caso positivo da doença sendo registrado há 26 anos, em 23 de abril de 1996, no município de Aracruz.

2006 – Último foco de febre aftosa no Brasil

2017 – Plano Estratégico do Mapa prevê a suspensão completa da vacinação no país até 2026

2023 – Suspensão da vacinação contra a febre aftosa no ES conforme autorização do Mapa

A vacinação é uma das principais formas de prevenção contra a febre aftosa. Ainda é obrigatória em 2022, ela contribuiu e colabora para que o estado obtenha a cobertura vacinal necessária para se tornar livre da doença sem vacinação a partir do próximo ano.

O ano de 2022, é um ano decisivo na vacinação para que o Estado alcance até 2024 o desejado status. Portanto, todo pecuarista deverá realizar em novembro deste ano, a última vacinação contra febre aftosa no Espírito Santo.

2024 – Expectativa de reconhecimento internacional (OMSA) de estado livre sem vacinação

Já o status “livre de febre aftosa sem vacinação” proporcionará a exportação a outros mercados internacionais que remuneram melhor, tais como: Estados Unidos, Japão, Coreia do Sul e Canadá.

Com eles, o ES poderá obter um acréscimo de receita na exportação, (assim como aconteceu no sul do país), em um percentual de 35%, alcançando uma maior competitividade da carne capixaba, em um mercado globalizado.

Fonte: Conexão Safra

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