O crescimento dos setores de
serviços, agronegócio e comércio impulsionaram o bom desempenho da economia do
Espírito Santo. O Indicador de Atividade Econômica (IAE) aponta que a economia
capixaba cresceu 3% no segundo trimestre de 2022, na comparação com o mesmo
período do ano passado, com destaque para o agronegócio que registrou avanço de
2,6%. Já o setor industrial recuou 3,5%, enquanto o de serviços cresceu 5,9%.
PRODUÇÃO DE CAFÉ CONTRIBUI PARA O
AVANÇO
Os dados divulgados pela
Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), nessa quinta-feira (15),
destacam que o agronegócio capixaba registrou avanço de 2,6%, com destaque para
a produção agrícola com alta de 5,4%.
Entre os produtos que
contribuíram para o resultado positivo, destaca-se o café. A cafeicultura é a
principal atividade agrícola do Espírito Santo e responsável pela maior
produção de conilon do país, com 75% da produção nacional do Robusta.
Desta forma, de acordo com o
levantamento, esse conjunto de fatores fazem com que a produção de café seja um
dos principais motivos que fizeram o agronegócio capixaba registrar um
crescimento expressivo, em relação ao segundo trimestre do ano anterior. Além
do café, as lavouras de banana, cana de açúcar e pimenta do reino também
impactaram de forma expressiva o cenário positivo.
Por outro lado, a pecuária
capixaba recuou 1,2%, no mesmo período, devido à redução nos números de
produção de aves, ovos e de leite e pelas condições climáticas. Um dos fatores
que contribuem para a queda é o efeito climático, principalmente no sul do
Estado, que passa por um período de extensa estiagem.
A pecuária é mais sensível a
alguns insumos e acaba sofrendo com as questões climáticas e com acontecimentos
que ocorrem pelo mundo, como por exemplo, a guerra entre a Rússia e Ucrânia que
tem afetado o mercado energético global e contribuído para o elevado preço do
gás natural. Consequentemente, as indústrias de fertilizantes estão sendo
prejudicadas já que utilizam insumos que contém como base o gás natural em sua
produção.
BRASIL APRESENTA QUEDA DE 2,5% NO AGRO
Apesar do crescimento de 2,6% no
Espírito Santo, o Brasil registrou uma queda significativa de 2,5%. A queda
pode ser explicada pelo recuo da soja, considerada a principal lavoura
brasileira.
“A soja teve uma redução muito
grande em termos de produção este ano. A perspectiva é que o ano seja encerrado
com o recuo de 12%, justamente por representar a agropecuária brasileira e
impacta negativamente esse setor no país”, ressaltou a economista-chefe da
Findes, Marília Silva.