Um evento para reunir os colaboradores das cooperativas capixabas que atuam no planejamento e na execução das soluções de desenvolvimento humano e organizacional. Esse foi o objetivo do Encontro Estadual de Agentes de Desenvolvimento Humano, que aconteceu entre quarta e quinta-feira desta semana (4 e 5 de junho) no China Park.
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Promovido pelo Sistema OCB/ES, o encontro reuniu 43 participantes de 22 cooperativas capixabas e contou com palestras, workshops, oficinas e momentos de integração e troca de experiências. Quem deu as boas-vindas aos presentes e iniciou a programação foi o coordenador de Desenvolvimento Humano e Social da organização, Marcos Passos.
“O nosso último encontro aconteceu em 2017, neste mesmo local. Depois de um hiato desse formato de evento e atendendo a solicitação de vocês, retornamos agora em 2025. Esse é um reconhecimento do Sistema OCB/ES para celebrar o trabalho que vocês desenvolvem nas cooperativas. Nós sabemos que não é fácil manusear os processos, toda papelada, a realização de cursos, eventos, capacitações, mas vocês cumprem esse papel com maestria e são fundamentais no desenvolvimento dos empregados e dos cooperados das cooperativas capixabas”, disse.
Que tal saber quais foram os principais aprendizados que o Encontro proporcionou? A seguir, reunimos os destaques das falas dos palestrantes, que trouxeram reflexões inspiradoras e orientações práticas para fortalecer a atuação das ADHs dentro das cooperativas. Confira!
Capacitações e treinamentos com finalidade
A primeira grande lição do Encontro de ADHs foi passada pela educadora cooperativista e diretora-presidente da Cooperativa Coletiva, Maíra Santiago. Ela ministrou uma palestra com o tema “Tendências e Futuro do T&D”. Depois de introduzir sua trajetória na educação corporativa e a sua chegada ao cooperativismo, ela convidou os participantes a refletirem sobre os principais dilemas da educação corporativa.
O principal ensinamento transmitido por Santiago foi a importância de realizar treinamentos e capacitações que tenham objetivos e finalidades bem definidos. De forma simples e com exemplos práticos, ela colocou em pauta as motivações que devem justificar a realização de uma capacitação. “O primeiro passo para promover um treinamento é explicar o porquê. Por que um treinamento está sendo realizado? Quais dores ele precisa resolver?”
Para ilustrar essa ideia, ela usou uma analogia com a água. “Como é beber água sem sede? Não é bom, né? Da mesma forma é fazer um curso sem vontade, não é bom. Por isso, precisamos lançar iscas para atrair, para que as pessoas sintam vontade de aprender. E para isso precisamos de empatia para entender as verdadeiras necessidades do outro”, salientou.
A educadora também frisou que os treinamentos devem ser um meio e não uma finalidade por si mesmo. Segundo ela, não devem ser realizados apenas para cumprir uma carga horária. Eles precisam ter um propósito claro e promover transformação.
“O final feliz de um treinamento é o resultado que vem com engajamento, com ações se tornando realidade e se transformando em novos comportamentos. Esse é o grande ponto da educação corporativa, é isso que nos cobram, é isso que os indicadores gostam e que as lideranças querem, uma mudança nos comportamentos”, finalizou.
Inovação é para todos
Quem encerrou a programação do primeiro dia foi Tita Legarra, formada em Ciência da Felicidade e sócia da Fábrica de Criatividade, empresa especializada em consultorias de inovação e criatividade. Ela conduziu os participantes em um workshop que os estimulou a pensar de forma diferente e inovadora por meio da criatividade.
Legarra colocou os ADHs em posição de protagonismo na condução do momento, que foi repleto de dinâmicas e jogos. Por meio de conteúdos interativos e lúdicos, ela desvendou os mistérios da inovação e ressaltou que “a inovação é quando você bota intencionalidade”. Segundo ela, três palavras regem esse processo: prazer, engajamento e significado.
Um dos pontos abordados pela palestrante foi o julgamento. Ela afirmou que as pessoas, quando chegam à fase adulta, deixam de colocar ideias em prática por medo do julgamento. Com as atividades desenvolvidas, ela mostrou aos participantes que o julgamento acontece tanto quando algo é feito e quanto quando não é feito e que, por esse motivo, o melhor a se fazer é tentar.
“Costumo dizer que é melhor pedir desculpas do que com licença, ou seja, é melhor chegar e fazer do que não fazer, porque não fazer deixa tudo parado, limitado. E tenho certeza de que não é isso que a gente quer”, pontuou.
Tita incentivou os profissionais a assumirem o palco da inovação e planejarem o incrível. “Para isso, nós precisamos utilizar o padrão para pensar fora do padrão. Buscar a segunda resposta - esse é o resumo para buscar o ‘UAU’, não se contentar com a primeira ideia que vier”.
O recado deixado foi claro: a inovação não é coisa de outro mundo. Ela pode acontecer no dia a dia. “Podemos inovar em qualquer lugar e em qualquer coisa. Sacadas geniais podem acontecer em qualquer situação”, finalizou.
Cultura organizacional forte, cooperativa forte
Outro grande aprendizado deixado no Encontro Estadual de Agentes de Desenvolvimento Humano foi a importância de fortalecer a cultura organizacional dentro das empresas. A facilitadora e mentora Regina Oliveira assumiu o comando para falar sobre o tema no segundo e último dia do evento.
“A cultura forte atrai talentos, retém talentos, cria desejo. Os próprios trabalhadores levam para a cadeia toda e transbordam esse sentimento, por isso que a cultura forte é tão importante de ser alimentada. Sessenta e seis porcento dos líderes disseram que cultura pesa mais que estratégia e empresas com cultura forte são mais propensas a apresentar alto desempenho financeiro, ou seja ela é uma alavanca real de performance, resultado”, afirmou.
Oliveira falou sobre os novos paradigmas nas culturas empresariais, que passam por um processo de transição para atender às demandas atuais dos colaboradores. Um exemplo foi a importância de se trabalhar e inserir o bem-estar e saúde dentro da cultura organizacional das empresas.
Para falar sobre essa mudança de paradigma, ela citou aspectos que trabalhadores valorizam hoje. Alguns exemplos foram a flexibilidade real de jornada; sentido e propósito no trabalho; liderança humana e presente; ambiente saudável e seguro psicologicamente; e crescimento e desenvolvimento contínuo.
“Toda empresa tem uma cultura. A diferença é que com vocês a cultura pode ser intencional, viva e poderosa dentro da cooperativa. Que marca a cultura da sua cooperativa vai deixar nas pessoas que trabalham nela? São vocês os responsáveis por articular isso e como isso vai acontecer. Então sigam abrindo espaço, sigam acreditando que é possível transformar a cultura e gerar propósito. Sejam a voz para que isso aconteça”, finalizou.
Outros alinhamentos
Além das lições, o encontro que reuniu os ADHs também teve alinhamentos importantes que impactam diretamente a rotina desses profissionais dentro das cooperativas.
O coordenador Marcos Passos falou sobre a atuação do Sistema OCB/ES, as estratégias e metas da organização estadual e como as cooperativas capixabas podem contribuir para a construção de um cooperativismo mais sólido.
Outro aviso importante repassado no evento foi o lançamento do programa DNA In Company, uma capacitação que o Sistema OCB/ES irá disponibilizar para que as cooperativas realizem junto aos seus cooperados e colaboradores, promovendo a cultura cooperativista dentro das coops.
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sistema ocbes encontro de adhsFonte: Sistema OCB/ES