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Espírito Santo

Mulheres que inspiram: no consultório ou no campo, elas assumem o poder no coop

Norma Louzada e Natércia Bueno fazem parte do grupo de 51,2% de mulheres que ocupam cargos de direção e gerência nas coops capixabas


20/03/2024 17:36 - Por Emilly Rocha
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O coop está em tudo! Com sete ramos de atuação, o modelo de negócio está presente em vários setores da sociedade. No campo, no transporte, nos consultórios, nas escolas, em todo lugar.

E guiando as cooperativas em todos os ramos, existem mulheres comprometidas com os princípios do cooperativismo e exercendo a liderança feminina para levar suas coops cada vez mais longe.

No Espírito Santo, a quantidade de mulheres em cargos de direção e gerência superou a de homens. De acordo com a última edição do Anuário do Cooperativismo Capixaba, elas já ocupam 51,2% desses cargos.

Neste texto, estão as histórias de duas dessas mulheres: Dra. Norma Louzada, diretora da cooperativa de saúde Unimed Vitória; e Natércia Bueno, gerente da cooperativa agro Cafesul.

 

Dra. Norma Louzada, diretora administrativo-financeira da Unimed Vitória

Há 17 anos, a Dra. Norma Louzada enxergou no cooperativismo uma oportunidade para exercer a medicina. Especialista em radiologia, a médica se tornou cooperada da Unimed Vitória no início dos anos 2000. Ela destaca que os princípios do cooperativismo, como a gestão democrática, a participação econômica, a educação, intercooperação e interesse pela comunidade tornam o movimento mais do que um modelo de negócio.

“O coop é um modelo de desenvolvimento para a nossa sociedade, que vem crescendo cada vez mais e mostrando o seu potencial em diferentes frentes. Na Unimed Vitória, por exemplo, levamos um atendimento em saúde de qualidade para a população capixaba, fortalecendo a classe médica e promovendo ações sociais que têm um impacto significativo nas comunidades. Por isso, eu escolhi e continuo escolhendo, todos os dias, o cooperativismo”, reflete.

Sempre inquieta, ela observou algumas questões que precisavam ser aprimoradas dentro da cooperativa. Por isso, há quatro anos decidiu se candidatar para fazer parte do Conselho Fiscal da cooperativa, tendo sido eleita para ocupar o posto. Para fazer a diferença e defender as mudanças que achava necessária para as cooperativas, a médica apostou na capacitação. 

“Participei de vários cursos oferecidos pelo Sistema OCB/ES, como o Formacoop, além de cursos de formação para conselheiros fiscais e administrativos. Me aprofundei na gestão executiva da cooperativa”, lembrou. Em 2023, a Dra. Norma avançou mais um degrau dentro da coop, tendo sido eleita diretora administrativo-financeira junto com os demais membros da Diretoria Executiva.


Além do desafio de conciliar a vida profissional e pessoal, a diretora também tem uma jornada de trabalho dupla. Ela se divide entre o exercício da medicina e as tarefas relacionadas à diretoria que está à frente. No posto que ocupa, ela é responsável por gerir três superintendências, que englobam áreas de tecnologia da informação, administração, pessoas, infraestrutura e finanças.

“No cargo que ocupo atualmente na cooperativa, meu papel tem sido o de trabalhar ativamente, com a colaboração do diretor-presidente e do diretor de mercado, para reduzir despesas, aumentar receita e garantir o melhor retorno possível tanto para cooperados quanto colaboradores, além de descobrir novos caminhos, novas possibilidades de negócio por meio de investimentos em inovação. Estou sempre atenta no sentido de promover e cultivar uma cultura de trabalho em equipe, que seja colaborativa e inclusiva”.

Por mais que seu cargo exija um foco nos números, a liderança reforça que o propósito principal é cuidar das vidas e garantir que os beneficiários dos serviços de saúde da coop tenham o melhor atendimento.

Dra. Norma diz que as mulheres ainda têm muitos espaços para conquistar, mas que esse tema já avançou muito nos últimos anos. Ela cita como exemplo a realidade da própria Unimed Vitória. “Na cooperativa, atualmente duas mulheres ocupam cargos em diretorias ao mesmo tempo, gerindo uma cooperativa com mais de 2,5 mil cooperados e mais de 2,7 mil colaboradores”.

A gestora entende o peso de ser uma mulher ocupando um cargo de direção. Por isso, procura orientar sua liderança para que ela não só inspire outras mulheres, mas também dê voz e poder de participação a elas.  “A minha busca é para que, juntas, conquistemos cada vez mais espaços”, completa.

 

Natércia Bueno, gerente administrativa da Cafesul e coordenadora do grupo Póde Mulheres

Natércia Bueno já exerce um papel de liderança feminina há 15 anos, quando assumiu o cargo de gerente administrativa da Cafesul. Tudo iniciou em 2008, quando ela ajudou a fazer o primeiro plano ambiental da cooperativa e, logo depois, foi contratada para entrar na coop e assumir a gerência. “Em minha primeira oportunidade de treinamento, fui me encantando cada vez mais pelo cooperativismo. Para mim, o movimento se tornou uma filosofia de vida”, refletiu.

Na sua jornada na Cafesul, ela já notou a presença dos princípios do modelo de negócio em diversas ações. “Desde entregas à sociedade com projetos sociais a oportunidades de vendas dos produtos, destaque das marcas, busca por diminuição da carga tributária, melhorias na gestão, e, é claro, no envolvimento profundo e responsável com questões ligadas à equidade de gênero e de geração”, ponderou.

Hoje, além de gerente, Natércia também desempenha a função de agente de desenvolvimento humano (ADH) dentro da cooperativa. O ADH é um profissional que executa atividades de planejamento, comunicação e suporte para soluções de desenvolvimento humano e organizacional. Por essa dupla atribuição, ela tem que se desdobrar para realizar uma série de tarefas.

Além do amor pelos princípios do coop e pela agricultura, Natércia Bueno precisa ter uma visão estratégica macro. No dia a dia, ela coordena atividades do setor administrativo, supervisiona os procedimentos fiscais, auxilia na aplicação de uma série de programas, como PGO e PDCJ. Além disso, fica responsável por todas as ações e projetos sociais desenvolvidos, como o Grupo Póde Mulheres. Ela tem um olhar atento para os cooperados e para os colaboradores, encarregando-se do cuidado com todos.

Do ponto de vista de Natércia, ser uma liderança feminina no cooperativismo implica a responsabilidade de incluir as mulheres nas atividades da cooperativa, sejam elas internas ou externas. Para isso, é preciso “proporcionar uma comunicação ativa das suas necessidades baseadas em seus projetos, paralelos à cultura da cooperativa, sempre firmando o compromisso de criar oportunidades de renda para o público feminino”, acrescenta.

A gerente acredita que já contribuiu em diversos aspectos para a cooperativa e pretende continuar traçando esse caminho para deixar um legado ainda maior. Para ela, uma das maiores contribuições foi a estruturação do grupo Póde Mulheres, mas, além disso, ela cita a atuação na promoção da diversificação de renda; no desenvolvimento da sucessão familiar dentro do negócio rural e dentro da cooperativa; e na construção de imagem de reconhecimento da cooperativa em órgãos públicos e setores da sociedade.

“O cooperativismo me inspira a estar sempre renovando, inovando, agregando, unindo e crescendo”.  É com essa visão do modelo de negócio que Natércia Bueno encontra forças para exercer o seu papel e, consequentemente, inspirar outras mulheres a fazerem o mesmo. “Eu acredito que o trabalho em equipe somado aos resultados inspira as mulheres a protagonizarem sua participação na cooperativa”, avalia.


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Fonte: Sistema OCB/ES

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