O Sistema OCB participou, nesta
terça-feira (12), de painel do 4º Fórum Sul Brasileiro de Biogás e Biometano
realizado na Universidade de Caxias do Sul, na Serra Gaúcha. O encontro
acontece até o dia 14 de abril e tem como objetivo discutir tendências,
inovação, projetos e negócios direcionados ao aproveitamento do biogás para a
geração de energia elétrica, térmica e biometano.
O analista de Energia e Meio
Ambiente do Sistema, Marco Olívio Morato de Oliveira, falou sobre as
perspectivas das cooperativas de energia elétrica com o uso do biogás no painel
Energia Elétrica com biogás: inovação para o desenvolvimento do mercado. Segundo
ele, o Brasil tem potencial para ser protagonista na construção de uma economia
de baixo carbono e as cooperativas de energia representam um caminho importante
nesse sentido. “O cooperativismo brasileiro já é um exemplo em
sustentabilidade. Nosso objetivo é continuar trabalhando para que a produção de
energia limpa e renovável seja uma realidade cada vez mais efetiva no Brasil”,
afirmou.
Nesse sentido, ele destacou que
as principais oportunidades para as cooperativas passam pela promoção da
produção de energia renovável, a partir de passivos ambientais, e o uso dessa
energia em prol da comunidade. “Dessa forma, conseguiremos impulsionar a
bioeconomia, gerar diversificação e renda para o cooperado, mitigar passivos
ambientais, bem como aproximar as cadeias locais e a economia brasileira da
neutralidade de carbono”.
Para Morato, um dos principais
desafios desse processo é justamente o uso da energia limpa em prol da própria
comunidade, a fim de que os benefícios sejam cada vez mais potencializados. “O aprofundamento
e aproveitamento do conceito de microrredes é fundamental para o sucesso das
iniciativas, assim como a inserção eficiente dessa fonte no dia a dia da
cooperativa, e a valoração adequada dos custos e ganhos”.
O analista lembrou que as
cooperativas de distribuição exerceram papel fundamental no fornecimento de
energia elétrica e, consequentemente, no desenvolvimento socioeconômico de
áreas rurais do país. “Essa prestação de serviços beneficia mais de 4 milhões de
pessoas distribuídas em 812 municípios brasileiros”. De acordo com ele,
atualmente, existem 52 cooperativas de energia permissionárias, 1
concessionária e 14 autorizadas. “As permissionárias e concessionária têm
permissão para atender além dos cooperados e, por isso, levam energia de
qualidade para as comunidades onde atuam”, acrescentou.
Morato também elogiou a promoção
do fórum. “Esse evento veio no momento certo. Trata-se de um tema importante
que precisa ser debatido, ainda mais depois que o Brasil assinou o acordo do
metano na COP26. A tecnologia empregada no biogás e na biomassa pode ser a
chave para várias cadeias produtivas alcançarem a neutralidade de carbono,
transformando passivos ambientais em ativos ambientais. Além disso, uma
externalidade positiva que esse processo gera são os bioinsumos. A partir dos
biofertilizantes, por exemplo, podemos alcançar uma autonomia maior em relação
a esses insumos tão relevantes para a produtividade brasileira”.
O EVENTO
O 4º Fórum Sul Brasileiro de
Biogás e Biometano é realizado pelo Centro Internacional de Energias Renováveis
(CIBiogás), pela Embrapa Suínos e Aves e pela Universidade de Caxias do Sul
(UCS). A organização é Sociedade Brasileira dos Especialistas em Resíduos das
Produções Agropecuária e Agroindustrial (Sbera).
Nesta edição de 2022, quando o
evento voltou a ser presencial, estão programados oito painéis temáticos,
visitas técnicas, entrega do “Prêmio Melhores do Biogás Brasil”, apresentação
de startups e exposição de empresas do setor no Espaço de Negócios. O Fórum
abre, também, agenda para o encontro Mulheres do Biogás, reunião de
extensionistas da área rural, 2º Encontro de produtores do biogás e reunião da
Rede de Laboratórios de Biodigestão.
A abertura do fórum foi marcada
por palestra do Ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, que falou sobre o
Programa Nacional Metano Zero e a estratégia federal de incentivo ao uso
sustentável de biogás e biometano.
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