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Unicred analisa: saiba o que espera o mercado financeiro em 2022

O ano de 2021 ficou para trás, mas as incertezas sobre as variáveis que afetam o preço dos ativos permanecem


27/01/2022 13:42
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Unicred analisa: saiba o que espera o mercado financeiro em 2022

Na conjuntura global, continuamos preocupados com a inflação alta inserida em um ambiente de menor estímulos econômicos e fiscais, crescimento mais fraco e o risco iminente das novas variantes da covid conseguirem “escapar” da proteção conferida pelas vacinas.

Percebemos que mesmo diante do aumento de número de casos de covid provocado pela variante Ômicron, os Governos e Bancos Centrais vem adotando um discurso cada vez mais cauteloso com relação a inflação e menor preocupação com a atividade econômica e o mercado de trabalho, o que reforça a tese de tendência de alta nas taxas de juros e menor liquidez no mundo.

Não podemos ignorar que esse cenário é desafiador, em especial para países emergentes. Como sabemos, os efeitos de políticas monetárias contracionista não são sentidos no curto prazo. Portanto, as economias e os mercados devem sentir a força do movimento sincronizado de aumento de juros ao longo desse e do próximo ano, sendo este um dos principais vetores de risco no horizonte.

Nos Estados Unidos, diante da inflação mais persistente o FED (Banco Central Americano) acelerou o ritmo de retirada de estímulos (o chamado Tapering, que agora deve encerrar em março) e sinalizou três altas nos juros para esse ano. Consideramos positivo que finalmente o FED deixou de afirmar que a inflação seria transitória e passou a demonstrar maior preocupação com a alta dos preços. A divulgação de dados econômicos recentes indica que a economia americana acelerou seu ritmo de crescimento. O mercado de trabalho está aquecido e os indicadores de confiança na indústria e no consumo permanecem elevados. Porém, o risco está exatamente na relação entre a ampla disponibilidade de empregos e a baixa procura para as vagas disponíveis. Essa condição acaba por pressionar o aumento salarial, o que deve trazer mais desafios para o objetivo do FED de controlar a inflação.

Na China, o Banco Central Chinês (PBoC) indicou que pretende intensificar o apoio a economia real a fim de suprir as deficiências de liquidez nos mercados e dar sustentação a atividade. De fato, os indicadores demonstram que a economia ainda está em expansão e notamos certa recuperação nas transações de imóveis na demanda por commodities metálicas, bem como na indústria automotiva à medida que a escassez de semicondutores diminui. Esse cenário pode trazer algum ânimo para os mercados no curto prazo. Contudo, ainda é cedo para acreditar que os ventos são favoráveis para a economia do país. Possivelmente, observaremos um menor crescimento no longo prazo.

Na Europa, notamos que as restrições de mobilidade impostas diante do avanço de números de casos de covid e a alta nos preços de energia acabaram refletindo em indicadores de atividade abaixo do esperado.

No Brasil, o prognóstico que 2022 será ainda mais desafiador em razão das eleições já se tornou clichê. Ainda que possamos admitir que parte desse risco está precificado, a incerteza fiscal atual, bem como o regime a ser adotado pelo novo presidente e os ruídos políticos que sempre acompanham as eleições deixa nosso país bastante vulnerável as mudanças de humor dos mercados globais.


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Fonte: Assessoria de Imprensa Unicred

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