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Espírito Santo

ESG é foco do terceiro Encontro de Responsabilidade Social Cooperativista

Evento reuniu e estimulou cooperativas capixabas a pensarem em formas de potencializar o impacto de suas ações para as comunidades


18/04/2024 17:05 - Por Síntia Ott
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Evento reuniu representantes de 34 coops capixabas. Foto: Sistema OCB/ES.

O Sistema OCB/ES promoveu a terceira edição do Encontro de Responsabilidade Social Cooperativista, nesta quinta-feira (18/4), na sede da organização estadual. O propósito do evento foi inspirar, conectar as cooperativas e incentivar a elaboração de projetos de responsabilidade ambiental e social alinhados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e às necessidades regionais. Participaram da programação 70 pessoas de 34 cooperativas capixabas.

Confira as fotos.

A edição deste ano explorou a temática do ESG (Environmental, Social and Governance), que traduzido para o português significa ambiental, social e governança. O foco no tema se dá devido a uma reorganização das soluções oferecidas pelo Sistema OCB e suas organizações estaduais às cooperativas. Agora, o Dia de Cooperar, ou Dia C, integra um grupo de soluções chamado ESGCoop.

O evento também marcou o lançamento oficial do Dia C 2024 no Espírito Santo, cujo lema continua sendo “Atitudes simples movem o mundo”. Para ajudar as coops a pensarem em ações contínuas e propositivas, o Sistema OCB elaborou uma cartilha de boas práticas que pode ser acessado gratuitamente neste link.

O diretor-executivo do Sistema OCB/ES, Carlos André Santos de Oliveira, que participou da abertura do evento, provocou as cooperativas capixabas a repensarem suas estratégias para o Dia de Cooperar.

“Gostaria que cada vez mais as cooperativas se envolvessem profundamente com as ações do Dia C e, mais especialmente, com as ações estruturantes. As iniciativas pontuais são necessárias para quem precisa de ajuda de maneira imediata, mas muito mais importantes são ações estruturantes. Várias instituições merecem a nossa atenção, e as cooperativas podem, sim, investir um pouco mais de tempo e recursos nelas”, desafiou.

Bianca Rocha, analista de Desenvolvimento Humano do Sistema OCB/ES, compartilhou o impacto que as ações do Dia C das coops capixabas tiveram em 2023. As 198 iniciativas desenvolvidas pelas 60 coops engajadas beneficiaram mais de 93 mil pessoas em 98 municípios. Rocha ainda lembrou que este ano o Sistema OCB/ES realizará uma ação na Grande Vitória, em Cariacica, no dia 6 de julho, e apoiará outra em Mimoso do Sul, município que recentemente foi atingido por fortes chuvas.

“A celebração que apoiamos no município de Cachoeiro de Itapemirim, em 2023, este ano ocorrerá em Mimoso do Sul, após uma avaliação da nossa diretoria. Entendemos que as nossas energias deveriam, neste momento, serem destinadas ao munícipio vizinho de Cachoeiro, que precisa de muito mais ajuda” explicou.

 

SUSTENTABILIDADE, ESG E COOPERATIVISMO

Rosilene Rosado, especialista em Sustentabilidade e Meio Ambiente e Gestão e Governança. Foto: Sistema OCB/ES.

Após a abertura do evento, a especialista em Sustentabilidade e Meio Ambiente e Gestão e Governança direcionada às práticas ESG, Rosilene Rosado, conduziu a primeira palestra do encontro. O foco da conversa foi o ESG, sigla frequentemente utilizada no mercado para se referir a critérios ambientais, sociais e de governança que avaliam a contribuição de uma organização com o desenvolvimento sustentável. Trata-se de um indicador chave de responsabilidade social corporativa e desempenho a longo prazo.

Rosado explicou que cada indivíduo deixa impactos no meio em que vive, e que a maneira como essa relação é construída interfere na qualidade de vida das pessoas. “Todos nós deixamos uma marca no mundo, pela forma como interagimos com o meio ambiente, as pessoas e a economia. Por enquanto, estamos criando uma situação em que nós mesmos já estamos comprometendo o nosso bem-estar. Em reação a isso, devemos olhar para uma perspectiva de desenvolvimento sustentável, pois precisamos de negócios que sejam economicamente viáveis, ambientalmente corretos e socialmente justos”, ressaltou.

Em complemento, a palestrante lembrou que os cidadãos estão conscientes do impacto que as organizações têm no meio ambiente. “As pessoas não estão à margem de tudo o que está relacionado à sustentabilidade. Elas acreditam que as empresas são responsáveis pelas marcas que elas deixam no mundo e estão dispostas a mudar hábitos de compras para reduzir sua pegada ambiental”, frisou.

Completando o raciocínio, Rosado defendeu que as cooperativas precisam buscar estratégias e ferramentas para cumprir a agenda de desenvolvimento social. Isso significa adotar práticas de gestão mais inclusivas e criar programas de desenvolvimento comunitário que sejam realmente relevantes. Daí a necessidade de as organizações não se prenderem apenas a ações emergenciais. “Quando resolvemos um problema urgente de uma pessoa, temos um sentimento de alegria, de compensação, de que nós estamos resolvendo a situação. Porém, também precisamos pensar em ações estruturantes”, disse.

Outro aspecto explorado pela especialista foi a relação natural que existe entre o cooperativismo e a sustentabilidade, uma vez que o modelo de negócio é vocacionado a cumprir a agenda ESG devido aos seus princípios humanos, justos e socialmente vantajosos. De acordo com Rosado, o papel das cooperativas é evidenciar essas características, com iniciativas que reforçam seu compromisso com as pessoas e com o ambiente em que elas vivem. “A relação do cooperativismo com o ESG é estreita e reconhecida. Somos atores-chave para o alcance dos ODS”, lembrou.

 

SUSTENTABILIDADE NAS COOPS CAPIXABAS

Sandra Martins (Sicoob ES), Luana Braga (Unimed Sul Capixaba) e Bianca Rocha ( Sistema OCB/ES). Foto: Sistema OCB/ES.

Em um painel, representantes de duas cooperativas capixabas (Sicoob ES e Unimed Sul Capixaba) compartilharam cases sobre a implementação de ações de sustentabilidade junto a seus cooperados, colaboradores e comunidades.

Sandra Martins, supervisora de Responsabilidade Social do Sicoob ES, falou sobre duas causas prioritárias da instituição: a inclusão e a educação financeira, pilares diretamente relacionados aos objetivos de negócio da cooperativa.

“Promovemos a cidadania financeira como parte de nossos negócios, reconhecendo a importância da inclusão, acessibilidade e educação financeira para a geração atual e futura, bem como para a tomada de decisões conscientes”, informou.

A supervisora do Sicoob ES também compartilhou que a cooperativa está medindo e acompanhando o impacto das ações que realiza e apoia. “Cadastramos tudo o que fazemos em um sistema e mensuramos o nosso impacto nas regiões em que atuamos. Cada um de nossos programas tem um painel com diferentes indicadores”, disse.

Em seguida, a analista de Responsabilidade Social da Unimed Sul Capixaba, Luana Braga, apresentou as ações que a coop de saúde desenvolve no âmbito do ESG. As iniciativas estão agrupadas em três principais projetos, sendo eles o Núcleo Feminino Cooperativista, o programa Somos Mais e o VOU – Grupo de Voluntários da Unimed.

A analista revelou que o núcleo feminino da coop, criado em 2015, é o primeiro na área da saúde no Brasil. O grupo já desenvolveu ações como brechós e doação de cabelo para confeccionar perucas utilizadas por mulheres da Unimed Oncologia. Já no âmbito do programa Somos Mais, foram realizados 223 atendimentos individualizados a colaboradores. Por fim, o VOU é formado por 41 voluntários que realizam um cronograma de ações socioambientais bimestrais.

Braga ainda explicou que a cooperativa seleciona alguns ODS para aplicar seus recursos destinados ao apoio social. No ciclo de 2022 a 2024, a Unimed Sul Capixaba priorizou os de Erradicação da Pobreza (1), Saúde e Bem-Estar (3), Educação de Qualidade (4), Trabalho Descente e Crescimento Econômico (8) e Vida Terrestre (15). Dessa forma, os projetos que a coop vem apoiando precisam estar alinhados a essas diretrizes.

A painelista também revelou a prioridade da Unimed Sul Capixaba para 2024. “Vamos realizar um diagnóstico para sabermos onde estamos e aonde queremos chegar, definindo os principais pilares de ESG que sustentarão a atuação da cooperativa nos próximos anos, alinhados às diretrizes da Unimed Brasil”, finalizou.

 

VOLUNTARIADO ESTRATÉGICO: FAZER O BEM FAZ BEM

Flávia da Veiga, empresária e estudiosa da ciência da felicidade. Foto: Sistema OCB/ES.

A última atividade do encontro foi conduzida pela empresária e estudiosa da ciência da felicidade Flávia da Veiga. A palestrante apresentou informações que relacionam a felicidade a um hábito que pode ser exercitado e maximizado, com fundamento na psicologia positiva e neurociência, por estar vinculada à forma como reagimos às situações.

“A felicidade não está atrelada a um lugar aonde eu vou chegar. Eu não tenho que buscar a felicidade, mas adquirir atitudes que levam a ela. Pessoas mais felizes não são pessoas que têm vidas maravilhosas. São pessoas que fazem algo maravilhoso com a vida que elas têm”, refletiu Veiga.

De acordo com Veiga, a felicidade pode ser exercitada ao se praticar o bem, por meio de atos de gentileza, o que torna o Dia C um meio eficaz de desenvolver o sentimento de bem-estar. 

Essa é uma ferramenta poderosa para estimular que as pessoas pratiquem a gentileza, algo que é natural do ser humano. Quanto mais fizermos o bem, melhores nos tornaremos como seres humanos”, sintetizou a palestrante.


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Fonte: Sistema OCB/ES

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